ECONOMIA

 

Cantora baiana coloca mansão à venda por R$ 3 milhões

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Um imóvel com quase 500 metros quadrados, com quatro suítes, sala com dois ambientes, piscina com aquecimento solar, banheira, sauna e sacada. Essa é a mansão que foi colocada à venda pela cantora Simaria, da dupla com Simone, segundo informações da coluna 'Retratos da Vida', do jornal Extra.

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De acordo com a publicação, a casa fica em um condomínio fechado na cidade de Goiânia, em Goiás, e está sendo vendida com todos os móveis, com exceção da cama de casal do quarto de Simaria. A cantora não quer se desfazer do móvel por ter sido um presente.

Fonte:https://www.bnews.com.br/noticias/entretenimento/famosos/237013,cantora-baiana-coloca-mansao-a-venda-por-r-3-milhoes.html?platform=hootsuite


 

Analistas pioram projeção do PIB e reduzem estimativa para inflação em 2019

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Economistas e analistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central pioraram pela oitava semana seguida a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019.

As estimativas para a inflação também foram reduzidas, enquanto a projeção para a cotação do dólar subiu. A perspectiva para a taxa básica de juros foi mantida.

Veja as projeções desta semana do Boletim Focus para o final de 2019 divulgadas hoje pelo Banco Central:

PIB: caiu de 1,95% para 1,71%

Inflação: caiu de 4,06% para 4,01%

Dólar: subiu de R$ 3,70 para R$ 3,75

Taxa de juros: mantida em 6,5% ao ano

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 6,5% ao ano.

A meta oficial de inflação do governo para 2019 é de 4,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em 2018, o IPCA fechou o ano com avanço de 3,75%, sendo que o centro da meta era de 4,5%.

 

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/04/22/bloteim-focus-bc-pib-inflacao-juros.htm


 

Compras sustentáveis do Governo representam menos de 1% do total

Decreto em desenvolvimento pelo Ministério da Economia promete simplificar normas para realização de licitações com critérios de sustentabilidade

 

Energia solar é uma das soluções sustentáveis que exigem investimentos, mas geram economias futuras Foto: Chandan Khanna / AFP

 

Apenas 0,97% de todas as licitações feitas pelo governo federal no ano de 2018 foram classificadas como sustentáveis pelos gestores públicos. Os incentivos da legislação brasileira para escolhas sustentáveis na hora de realizar compras públicas datam de 2010. No entanto, de 2014 a 2018 a porcentagem de compras que respeitam esses critérios cresceu menos de 0,3 ponto porcentual (de 0,7% a 0,97%). Um avanço longe do ideal e que leva o governo a perder oportunidades de gerir recursos de forma mais racional, além de deixar de movimentar um setor da economia que se dedica a pensar no longo prazo.

Para Renato Senili, secretário-adjunto de gestão do Ministério da Economia, parte da demora no aumento de licitações sustentáveis diz respeito à qualidade das normas que regulamentam esses procedimentos. “Elas são fragmentadas e isso dificulta ao gestor saber o que se aplica ao que ele está licitando”, explica.

Para melhorar essa questão, o secretário adianta que o ministério deve encaminhar em breve um decreto que aglutine as instruções em práticas mais claras. O documento deve ser um aprimoramento de um decreto existente desde 2012. A expectativa é de que ele comece a valer, no máximo, até o início de 2020, 10 anos depois das primeiras legislações que versaram sobre o assunto.

A falta de centralizar questões referentes a compras públicas sustentáveis em decretos mais claros e órgãos de fiscalização é apontada também por Antonio Acioly, diretor executivo na UGP - empresa especialista em licitações. Para ele, essa categoria de compras pode ser uma oportunidade de negócios que coloca à frente empresas que priorizam o cuidado com o meio ambiente - dentre outros critérios de sustentabilidade.

No entanto, ele acredita que, mais que um incentivo legal para a mudança de cultura do setor público, falta acompanhamento dessa evolução, uma espécie de fiscalização das escolhas de compra dos gestores. “O governo é o maior comprador do Brasil. Existe uma função social da licitação, de impulsionar boas práticas”, explica. Vale lembrar que as compras públicas representam de 8% a 11% do PIB nacional.

Longo prazo

A classificação das licitações diz respeito a um conjunto de conceitos amplos. Para receber a denominação “sustentável”, a compra deve respeitar critérios ambientais e/ou  sociais, o que possibilita desde a escolha por canetas com tubos de papelão em vez de plástico, até optar por uma empresa de prestação de serviços que tenha metade do seu corpo de trabalho composto por mulheres, ainda que isso represente um preço maior.

E é justamente no preço que mora um dos embates do orçamento público. Para que o gestor possa optar por um produto que obedeça a esses critérios, mas que custe mais caro que outro similar, é necessário que o produto sustentável esteja descrito no catálogo de compras do governo. A inclusão pode ser solicitada pelo próprio gestor, mas hoje - de um total de 140 mil itens disponíveis - apenas 1.100 atendem essas especificações.

Nesse sentido, Daniel Azeredo, secretário executivo da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal, explica que é preciso haver uma mudança de cultura por parte de quem realiza as compras. “Há estudos que mostram as economias que uma gestão sustentável pode trazer, ainda que custe mais caro no início”, diz.

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Até a escolha das lâmpadas pode interferir na temperatura do ambiente e em quanto se gasta de energia na refrigeração dos prédios Foto: NYT

 

Como exemplos, ele cita investimentos em placas de energia solar ou lâmpadas que geram menos calor e, em consequência, exijam menor potência na refrigeração do prédio. Ambas as soluções diminuem os gastos com energia elétrica no longo prazo. “Estamos falando de dinheiro, de ganho de recursos”, afirma.

Outra consequência positiva de uma mudança de práticas no setor seria o próprio barateamento desses produtos e serviços. Renato Senili, do Ministério da Economia, entende que a demanda por empresas que atendam a critérios sustentáveis aumentaria também a oferta dessas opções, aquecendo o setor como um todo, e aliviando a diferença de preços. “É pensar as compras públicas como políticas públicas”, explica.

Enquanto tudo isso não muda, a conclusão é que não só empresas do ramo, mas também o próprio governo perde oportunidades de negócios. “A iniciativa privada já percebeu que isso dá lucro. São custos altos como o da energia, por exemplo, que são diminuídos. É uma oportunidade que está sendo desperdiçada”, diz Daniel Azeredo.

 

Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/governanca,compras-sustentaveis-do-governo-representam-menos-de-1-do-total,70002795182


 

Prefeitura do Rio já gastou mais de R$ 135 mil com a reposição de peças na estátua de Noel Rosa

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A prefeitura do Rio de Janeiro já gastou mais de R$ 135 mil com a reposição de peças de bronze da estátua em homenagem ao cantor e compositor Noel Rosa, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio.

E os gastos públicos vão aumentar consideravelmente nos próximos meses para reparar a ação de vândalos no monumento, que teve mais da metade de sua estrutura roubada, nos últimos dias.

Segundo a Polícia Civil, as investigações para desvendar os culpados pelo crime estão em andamento. Agentes da 20ª Delegacia Policial (Vila Isabel) analisam imagens de câmeras de segurança instaladas na região para tentar identificar os responsáveis.

A Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente informou que está preparando o orçamento e abrirá uma nova licitação para restabelecer o monumento de acordo com o projeto original, feito pelo artista plástico Joás Passos.

A obra de arte, localizada no início da rua Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, retrata uma cena comum na vida de Noel Rosa. O monumento apresenta o músico sentado em uma cadeira de uma mesa de bar, fumando um cigarro e sendo servido por um garçom. Ao seu lado, uma cadeira vazia serve como atração para quem quer tirar uma foto ao lado do compositor. A escultura faz referência a um dos grandes sambas do 'Poeta da Vila': “Conversa de botequim”.

Segundo moradores do bairro, na última sexta-feira (12), criminosos levaram o tampão da mesa de Noel e o encosto da cadeira vazia. Alguns dias depois, um braço do compositor também foi roubado. Na última terça-feira (16), foi a vez do garçom praticamente desaparecer. Da obra original, só restaram os pés da mesa, as pernas do garçom, uma cadeira sem encosto e um Noel Rosa sem o braço direito.

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Noel Rosa – Instalada em 1996 na esquina do Boulevard 28 de Setembro com Rua São Francisco Xavier, em Vila Isabel, berço do poeta, a estátua retrata o samba "Conversa de Botequim", composta pelo poeta da Vila em parceria com Vadico — Foto: Alexandre Macieira/ Riotur

De acordo com a Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, neste caso, não há reparo e sim reposição de peças. "Se for manutenção, providencia-se o atendimento por meio do contrato de conservação da gerência de Monumentos e Chafarizes, que cuida atualmente de 1.374 monumentos e chafarizes públicos na cidade do Rio de Janeiro, um dos maiores acervos do País".

Em nota, o órgão municipal informou que a reposição de peças em bronze, por furto ou vandalismo, não faz parte do contrato anual de conservação. Desta forma, técnicos da secretaria estão fazendo o levantamento para avaliar os problemas e estimar o valor de cada peça que necessite ser refeita.

"Assim, cada vez que um monumento é furtado (parcial ou integral), danificado ou vandalizado, é preciso fazer a elaboração de um projeto com previsão orçamentária independente e outras necessidades para a execução dos reparos, sendo necessária a abertura de licitação para o restauro. Por isso, não há valor estimado do prejuízo com vandalismo de monumentos", comunicou a secretaria.

O contrato de manutenção que está em vigor tem disponível R$ 820 mil para reparos elétricos, hidráulicos, pintura e limpeza de chafarizes e monumentos. Contudo, esse valor não pode ser utilizado para a reposição de peças.

 

Roubos acontecem com frequência

 

A primeira vez que a estrutura de bronze teve partes roubadas foi em 2012. Na ocasião, criminosos furtaram a cadeira em bronze e também um copo que fica sobre a mesa. As peças foram repostas no início de 2013 e custaram cerca de R$ 40 mil.

Já no final de 2015, três partes da escultura foram serradas. Foram levados o braço esquerdo e o pé direito de Noel, além do braço esquerdo do garçom. Meses depois, em 2016, a peça foi removida pelo departamento de Gerência de Monumentos e Chafarizes, órgão da prefeitura, para ser restaurada pelo próprio artista que a esculpiu. Os serviços custaram R$ 95 mil à época.

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Braço de garçom de Noel Rosa também foi retirado — Foto: Matheus Rodrigues/ G1

Estátua de Carlos Drummond de Andrade sofre com o vandalismo

 

A estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, que fica na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, é a recordista de ações criminosas. Ao longo de 16 anos da história do monumento, já foram 11 ataques contra a escultura de bronze.

Somente o óculos da estátua de Drummond, item mais vandalizado do monumento, custa cerca de R$ 15 mil para ser refeito.

Em janeiro deste ano, outro monumento foi roubado na cidade. Desta vez, os criminosos levaram o busto de bronze da Imperatriz Teresa Cristina, que ficava na Praça Itália, na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio.

Uma outra reportagem do G1 mostrou, em julho de 2018, que seis monumentos foram furtados na cidade em apenas sete meses do ano passado.

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Estátua de Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, teve os óculos quebrados — Foto: Reprodução/TV Globo

Homem chuta o rosto da estátua para retirar os óculos do monumento. — Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte:https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/04/17/prefeitura-do-rio-ja-gastou-mais-de-r-135-mil-com-a-reposicao-de-pecas-na-estatua-de-noel-rosa.ghtml

 

Catedral de Notre-Dame estava caindo aos pedaços (literalmente) antes de incêndio

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Antes de ser atingida por um incêndio, a Catedral Notre-Dame de Paris estava em condições críticas. A construção, de 850 anos, estava começando a desmoronar. 

Por séculos, vento, chuva e poluição castigaram e danificaram as paredes formadas de pedras de calcário. As famosas gárgulas — imagens "protetoras" da catedral — também estavam se desintegrando.

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As famosas gárgulas — imagens "protetoras" da catedral — também estavam se desintegrando. — Foto: BBC

O pináculo, que desabou durante o incêndio, já havia sido reforçado.

Peças de alvenaria que se desprendiam eram armazenadas em um jardim especial chamado de 'cemitério'. Antes mesmo do incêndio, o custo de reforma da Notre-Dame era estimado em US$ 170 milhões (R$ 664 milhões).

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Antes mesmo do incêndio, o custo de reforma da Notre-Dame era estimado em US$ 170 milhões (R$ 664 milhões). — Foto: BBC

Agora, a restauração será muito mais cara.

Mas bilionários e doadores privados se mobilizaram para financiar a reconstrução da famosa catedral. Juntos, eles prometeram doar 600 milhões de euros (ou quase R$ 3 bilhões).

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/17/catedral-de-notre-dame-estava-caindo-aos-pedacos-literalmente-antes-de-incendio.ghtml


 

'Todos os ramos de negócios vão ter sua própria unidade de inteligência artificial', diz presidente da Microsoft

Em evento da empresa no Brasil, Satya Nadella falou sobre as experiências de IA que estão florescendo no país e anunciou parcerias com centros de ensino para capacitação nessa área.

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O presidente da Microsoft, Satya Nadella, esteve em São Paulo nesta terça-feira (12) para um evento focado em inteligência artificial (IA), promovido pela empresa.

Ele fez um balanço da unidade especializada nessa área da Microsoft, que a companhia criou há 2 anos. Segundo ele, empresas e governos irão começar a adotar a IA, cada vez mais rápido, para facilitar processos. “Todos os ramos de negócios terão uma unidade de inteligência artificial. Todos serão capazes de construir aplicações nesse ramo”, disse.

Para demonstrar o impacto que a IA poderá ter no Brasil nos próximos anos, a Microsoft encomendou uma pesquisa junto à Fundação Getúlio Vargas para entender como a entrada dessa tecnologia poderá mudar a economia do país.

A pesquisa apontou que a adoção de tecnologias desse tipo nos principais ramos da economia — como agronegócio, transporte, comunicação, óleo e gás ou setor público, que juntos somam 36,4% do PIB brasileiro — pode impulsionar a taxa de crescimento do país em até 6,43% no acumulado de 15 anos.

Ele também falou sobre exemplos brasileiros que já utilizam inteligência artificial para melhorar seus negócios, em iniciativas como o Rock in Rio, que usa a infraestrutura de nuvem Azure da empresa para operar uma demanda de tráfego de dados muito grande.

Nadella também mencionou o caso do Hospital 9 de Julho, que usa tecnologias de inteligência artificial no cuidado dos pacientes, conseguindo prever e avisar à equipe do hospital quando alguém está prestes a cair, por exemplo.

 

Parceria com Sesi e Senai

 

O executivo anunciou também uma continuidade da parceria com os centros de ensino Sesi e Senai no Brasil, para fornecer cursos focados justamente capacitar mão de obra qualificada em inteligência artificial.

“Nossa missão como companhia é fazer dessa tecnologia mais acessível. Estamos fazendo tudo que é possível para deixar essas habilidades em inteligência artificial disponível para as pessoas?”, disse Nadella em apresentação.

A partir desta terça, quatro cursos gratuitos sobre o tema no site do Senai. A plataforma é aberta e pode ser acessada por qualquer interessado em aprender sobre IA.

Os cursos oferecidos são introdutórios à inteligência artificial e à ciência de dados, mas nos próximos meses mais especializados no assunto, para criação de chatbots ou de uso aprimorado das ferramentas Microsoft, serão adicionados ao catálogo.

 


 

Reforma: líder do governo cita 'apoio condicionado' e reunião fracassa

Os deputados têm reclamado de falta de interlocução do governo para a aprovação da reforma

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Após o líder do governo de Jair Bolsonaro, Major Vitor Hugo (PSL-GO) enviar mensagem em que divide os líderes da Câmara dos Deputados em "apoio consistente" e "apoio condicionado", a primeira reunião com parlamentares fracassou. 

De acordo com deputados ouvidos pela reportagem, apenas cinco lideranças de partidos chamados nanicos compareceram à reunião convocada pela liderança do governo para esta terça-feira (5). 

Este seria o primeiro encontro dos líderes com Vitor Hugo para discutir a reforma da Previdência. 

No entanto, apareceram os líderes de PPS, Novo, PSC, DC, Solidariedade, PTC e Patriota, que juntam somam apenas 32 deputados.

Segundo um parlamentar, o líder do PR, José Rocha (BA), que comanda uma bancada de 33 deputados, saiu mais cedo do encontro. O PSL de Bolsonaro foi representado por um vice-líder. 

No entanto, só apareceram os líderes de PPS, Novo, PSC e Patriota, que juntam somam apenas 30 deputados. 

O aviso no WhatsApp foi enviado por uma assessora e dizia: "Líder do Governo convida os líderes do Apoio Consistente e Apoio condicionado para reunião dia 5/2, horário 16h. Local: Liderança do Governo. Anexo 2 sala 107. Por favor dá um ok nas mensagens recebidas. Obrigada Carminha". 

A mensagem foi mal interpretada por deputados, que criticaram a utilização dos termos.

Alguns entenderam que o líder do governo estava tratando todos como parte integrante da base de Bolsonaro.

Também pegou mal a utilização do "apoio condicionado", que seria como se tivesse tratando de parlamentares dispostos a receber algo em troca em uma votação.

"Eu fui chamado para uma reunião de 'apoio condicionado' ou 'consistente', como não sou nem uma coisa nem outra e o quorum estava baixo, deixei a reunião", disse à reportagem o líder do Podemos, José Nelto (GO). 

Outras lideranças partidárias na Câmara confirmaram à reportagem que a mensagem enviada pela assessoria de Vitor Hugo causou desconforto mesmo em bancadas em que os parlamentares tendem a votar favoravelmente a reforma. 

De acordo com parlamentares, os termos técnicos são utilizados às vezes em levantamentos, por exemplo, do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), mas causou surpresa ter sido usado pelo líder do governo.

Procurado, o líder do governo não respondeu. 

Os deputados têm reclamado de falta de interlocução do governo para a aprovação da reforma. Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, os partidos consideram irreal o prazo de votação até julho, como é desejado pela equipe econômica de Bolsonaro.  Com informações da Folhapress.

 


 

BNDES publica lista de 50 maiores tomadores de recursos; Petrobras lidera

Segundo banco de fomento, é a primeira vez que esses dados são disponibilizados ao público

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(foto: Leonardo Cavalcanti/CB/D.A Press)

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou nesta sexta-feira, 18, uma lista dos seus 50 maiores tomadores de recursos. Petrobras, Embraer, Norte Energia, Vale, Construtora Norberto Odebrecht, Tim, Telefônica, Oi e até o jornal O Estado de São Paulo estão entre os dez maiores. Segundo banco de fomento, é a primeira vez que esses dados são disponibilizados ao público neste formato.

Após a divulgação do documento, o presidente Jair Bolsonaro, que prometeu diversas vezes nos últimos meses "abrir a caixa-preta do BNDES", comemorou o fato em sua conta no Twitter. "Ainda vamos bem mais a fundo! BNDES divulga interessante link identificando os países que usaram os recursos financeiros do Brasil e os motivos dos empréstimos. Tire suas conclusões", escreveu.

A ferramenta permite ao usuário ver cada operação efetuada com os 50 maiores tomadores de recursos dos últimos 15 anos (2004 a 2018), além de disponibilizar recortes trienais. A nova página da plataforma de transparência também permitirá saber se os recursos emprestados pelo BNDES para os maiores clientes foram por meio de empréstimos ou de investimento em renda variável, por compra de ações negociáveis ou por outras formas do BNDES entrar na estrutura societária da empresa.

No período de 2004 a 2018, por exemplo, a Petrobras aparece como a principal tomadora de recursos com R$ 62,429 bilhões, o equivalente a 4,05% de todos os recursos tomados no banco. Embraer aparece em segundo lugar, com R$ 49,37 bilhões ou 3,20% do total, seguida por Norte Energia (R$ 25,388 bilhões) e Vale (R$ 22,489 bilhões).

Já no recorte mais recente, que engloba o período de 2016 a 2018, Embraer aparece como a maior tomadora de recursos do BNDES, com R$ 8 bilhões, seguida por Xingu Rio Transmissora de Energia (R$ 5 bilhões), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (R$ 5 bilhões), Fibria (R$ 3,4 bilhões), Belo Monte (R$ 3,2 bilhões), Rumo Malha Norte (R$ 2,39 bilhões), Concessionária de Rodovia Sul Matogrossense (R$ 2,32 bilhões), FCA Fiat Chrysler (R$ 1,77 bilhão), o município do Rio de Janeiro (R$ 1,64 bilhão)e a Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro (R$ 1,62 bilhão).

Em nota, o banco explica que a busca por melhorar a experiência do usuário responde ao compromisso de facilitar o entendimento do público das operações efetuadas pelo banco, permitindo analisar onde a instituição mais investiu.

"Apesar da variedade de informação que o banco tem disponibilizado nos últimos três anos, há uma percepção de que os dados frequentemente estão disponíveis de uma maneira difícil para a maioria das pessoas. O objetivo é, assim, tornar a navegação mais amigável e acessível. A disponibilização da lista, com acesso a um grande número de detalhes de cada operação, é parte do esforço de transparência que o Banco tem feito e que deve ser a marca das suas ações sempre", afirma o BNDES.

O banco de fomento diz ainda que a iniciativa de facilitar a compreensão das operações do BNDES também inclui um acesso direto a todos os contratos de exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para projetos em outros países. "Foi disponibilizado um link que permite acessar, na íntegra, os contratos assinados entre o BNDES, o país importador e a empresa brasileira exportadora de bens e serviços de engenharia", informa.

Segundo o BNDES, no site estão disponíveis os contratos referentes à exportação relativa a projetos nos nossos vizinhos Argentina, Paraguai, Peru e Venezuela, assim como em Honduras, Equador, Costa Rica, Guatemala, México, República Dominicana e Cuba, além de Angola, Gana e Moçambique.


 

Gestão de pessoas: veja perfil dos cursos, o que faz e remuneração

Profissão assumiu uma função estratégica com o passar do tempo. Salários podem passar de R$ 40 mil em cargos de diretoria.

Por Luiza Tenente, G1

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Profissional de RH assume, cada vez mais, uma função estratégica em pequenas e grandes empresas. — Foto: Free-Photos/Pixabay

 

O profissional que se forma em gestão de pessoas pode atuar em diferentes segmentos da área de recursos humanos: gestão, recrutamento e seleção de equipe, treinamento e desenvolvimento de funcionários e administração de benefícios e salários.

“Antes, trabalhar no RH era algo completamente operacional. Hoje, a função é muito mais estratégica. O profissional passa a ser parceiro das áreas de negócio. É ele que vai selecionar todas as pessoas que trabalharão na empresa e, por isso, precisa estar alinhado com os objetivos dela”, explica Ana Stella Bonciani, coordenadora da área de gestão de pessoas do Senac São Paulo.

O setor de recursos humanos é, portanto, considerado estratégico, porque tem como missão:

 

  • gerenciar os funcionários
  • saber identificar as habilidades
  • estimular maior produtividade
  • garantir a qualidade de vida dos empregados

 

 

“É importante definir políticas que ajudem as pessoas a conciliar a vida profissional com a vida pessoal. As doenças que mais afastam os funcionários do trabalho são as psicossociais”, diz Maria Amália Catalan, professora do curso de gestão de pessoas e RH na Anhembi Morumbi (SP).

 

“Por isso, o RH precisa fazer pesquisas internas, descobrir as queixas da equipe e definir ações de combate ao estresse, por exemplo, como convênios com academia ou um dia de home office. Isso é interessante até mesmo do lado econômico. Uma empresa precisa pagar ao funcionário afastado por burnout (esgotamento mental)”, complementa.

 

Onde é possível trabalhar?

 

Qualquer empresa precisa de um setor de recursos humanos que vá cuidar da remuneração e dos benefícios dos funcionários, do treinamento da equipe e do recrutamento do time. Isso independe do porte da companhia.

“Em pequenas empresas ou startups, por exemplo, o gestor de pessoas é contratado como generalista. Como a equipe é pequena, ele vai precisar entender de todas as tarefas do RH”, explica Maria Amália.

“Já em grandes empresas, o espaço maior é para os especialistas. Elas precisam de experts em benefícios, em recrutamento, em políticas de qualidade de vida. O setor de RH é maior e constituído por funcionários que se aprofundem em determinada área”, diz.

É possível também atuar em consultorias externas. São profissionais contratados para tarefas específicas e temporárias em alguma empresa.

Chefes podem preferir, em algum momento, esse tipo de parceria – justamente por poderem ouvir a opinião de profissionais de RH que não tenham os vícios de quem trabalha internamente na empresa.

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Profissional de gestão de pessoas e RH tem cada vez mais função estratégica nas empresas. — Foto: Infográfico: Karina Almeida/G1

 

O que aprende no curso?

 

O curso de tecnólogo em gestão de pessoas tem dois anos de graduação. Em geral, tem disciplinas como:

 

  • administração financeira
  • comunicação institucional
  • empreendedorismo
  • ética
  • gestão estratégica de pessoas
  • legislação
  • psicologia
  • segurança do trabalho
  • métodos de contratação e recrutamento

 

 

“O estudante sai com uma bagagem bem grande. Se quiser escolher uma área e se especializar nela, precisará se capacitar em cursos de aperfeiçoamento, como os de pós-graduação. Assim, ficará mais preparado para demandas estratégicas de grandes empresas”, explica Ana Stella, do Senac-SP.

 

 

Psicologia ou gestão de pessoas para trabalhar em RH?

 

O profissional formado em psicologia, em geral, tem 5 anos de graduação, nos quais é preparado para atuar em em hospitais, escolas, consultórios e, inclusive, área de recursos humanos de empresas. Os ensinamentos de RH ocupam uma pequena parcela da graduação.

No caso do curso de tecnólogo em gestão de pessoas, o foco é somente este: formar um profissional que trabalhe com recursos humanos. A graduação é mais rápida (dois anos) e especializada nessa área.

“No curso de psicologia, não há um foco em aprender sobre as ferramentas de gestão ou de seleção de funcionários, por exemplo”, explica Ana Stella.

Assim, a psicologia abre um leque maior de possibilidades e é um curso mais longo. O psicólogo que quiser se aprofundar em RH pode fazer uma pós-graduação ou um curso de especialização.

Já no caso do tecnólogo, são dois anos totalmente focados em recursos humanos – o que proporciona uma formação mais específica na área de trabalho. Cabe ao candidato analisar as vantagens e desvantagens de cada uma das opções.

 

Qual a média salarial?

 

Segundo a professora Maria Amália, da Anhembi Morumbi, um profissional em começo de carreira, que trabalhe como analista de RH pode ganhar a partir de R$ 2 mil.

Quando promovido a analista sênior, a remuneração pode chegar a R$ 7 mil, dependendo do porte da empresa.

Depois, o funcionário pode se tornar supervisor pode ganhar cerca de R$ 9 mil.

“Um gerente de RH costuma ter um salário igual ao do diretor comercial, chegando a R$ 30 mil ou R$ 40 mil”, explica a docente.

De acordo com o guia salarial da Robert Half, os salários em 2018 eram em média, de:

Analista de RH

 

  • Empresas pequenas/médias – R$ 4,8 mil a R$ 7 mil
  • Empresas grandes – R$6 mil a R$ 9,1 mil

 

Coordenador/especialista de RH

 

  • Empresas pequenas/médias – R$ 7,2 mil a R$ 10,5 mil
  • Empresas grandes – R$ 10 mil a R$ 13,5 mil

 

Gerente de RH

 

  • Empresas pequenas/médias – R$ 11 mil a R$ 18 mil
  • Empresas grandes – R$ 13,5 mil a R$ 28 mil

 

Diretor de RH

 

  • Empresas pequenas/médias – R$ 21 mil a R$ 35 mil
  • Empresas grandes – R$ 26 mil a R$ 52 mil

 

 

Qual perfil para se dar bem na área?

 

Para Ana Stella, do Senac-SP, as principais características para atuar na área são:

 

  • visão humanizada do trabalho e sensibilidade, para saber ouvir as queixas e os problemas das equipes;
  • perfil comunicativo, já que o profissional vai ser procurado pelos funcionários para tirar dúvidas, por exemplo;
  • olhar atento para o mercado e capacidade de inovar;
  • interesse por tecnologia, visto que a profissão envolve contato com sistemas automatizados para controle de folha de pagamento;
  • habilidade em motivar pessoas, mesmo em momentos de crise.

 

Fonte: https://g1.globo.com/educacao/guia-de-carreiras/noticia/2019/01/14/o-que-faz-e-quanto-ganha-o-profissional-formado-em-gestao-de-pessoas-e-rh.ghtml


Veja quanto será o IPVA do seu carro em 2019

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Veja quanto será o IPVA do seu carro em 2019. O IPVA em São Paulo vai ficar em média 3,34% mais barato em 2019, informou a Secretaria da Fazenda. Os contribuintes podem pagar o IPVA 2019 em cota única no mês de janeiro, com desconto de 3%, ou parcelar o tributo em três vezes (nos meses de janeiro, fevereiro e março), de acordo com o final da placa do veículo. Também é possível quitar o imposto no mês de fevereiro, sem desconto.

Quem deixar de recolher o imposto fica sujeito a multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic. Passados 60 dias, o percentual da multa fixa-se em 20% do valor do imposto.

Calendário do pagamento do IPVA em São Paulo — Foto: TV Globo/Reprodução

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COMO CALCULAR

Primeiro, você deve localizar o modelo e ano do seu veículo na tabela para saber o valor venal. Então, para calcular o valor do imposto é preciso aplicar a alíquota sobre o valor venal, como no exemplo abaixo:

  • Valor venal do veículo: (exemplo: R$ 20.050)
  • Alíquota: 4%
  • Cálculo: 20.050 x 0,04 (R$ 802 é o valor que será cobrado no IPVA)

As alíquotas do imposto permanecem inalteradas para 2018. Os proprietários de veículos movidos a gasolina e os bicombustíveis recolherão 4% sobre o valor venal. Veículos que utilizam exclusivamente álcool, eletricidade ou gás, ainda que combinados entre si, têm alíquota de 3%. As picapes cabine dupla pagam 4%. Os utilitários (cabine simples), ônibus, micro-ônibus, motocicletas, motonetas, quadriciclos e similares recolhem 2% sobre o valor venal. Os caminhões pagam 1,5%.

A redução do valor médio se deve à desvalorização dos veículos, já que muitos consumidores permanecem com veículos antigos em razão da impossibilidade de trocar por um carro novo.

PAGAMENTO

Os proprietários deverão observar o calendário de vencimento por final de placa (veja abaixo). Para efetuar o pagamento do IPVA 2019, basta o contribuinte se dirigir a uma agência bancária credenciada, com o número do Registro Nacional de Veículo Automotor (Renavam) e efetuar o recolhimento no guichê de caixa, nos terminais de autoatendimento, pela internet ou débito agendado ou outros canais oferecidos pela instituição bancária.

 


Perspectivas para a economia brasileira em 2019 sob o governo Bolsonaro

Paulo-Guedes

Paulo Guedes, o "guru" econômico de Bolsonaro, tem questionado fortemente as políticas para a indústria brasileira / Marcello Casal Jr. | Agencia Brasil
Agenda do novo governo impõe desmonte sem precedentes ao desenvolvimento do país

Por André Cardoso, Cristiane Tiemi e Olivia Carolino*

Fazer previsões econômicas para o ano de 2019 não é tarefa fácil já que a economia não se trata de uma ciência exata, tendo uma equação ou modelo bem estruturado e provado para acertar os acontecimentos futuros, mas um campo das ciências sociais, envolvida nas contradições de uma sociedade dividida em classes em constantes transformações e lutas, onde as causas e consequências não são tão fáceis de identificar, quase sempre se retroalimentando. 

Contudo, a partir de uma análise do passado, o estudo do comportamento das classes e grupos sociais e os desdobramentos econômicos e políticos, bem como o entendimento da formação social e econômica do país é possível apontar tendências encubadas nesses acontecimentos, com o objetivo de prever seus desenvolvimentos para auxiliar em nossa ação futura. 

Para terminar esse prelúdio, reforçamos que essa análise exige o desenho do caminho a ser seguido, um método, e a definição de quais as principais variáveis observadas que impactam sobre determinadas classes e grupos sociais. Começamos analisando a dinâmica internacional para, então, projetar cenários dos possíveis desdobramentos na economia brasileira. 

Estamos em um momento de instabilidade política, econômica, social e ambiental no planeta, uma crise do capitalismo mundial que teve seu pico em 2008, que a caracterizamos como estrutural, profunda e prolongada. 

Analisemos a partir do PIB (Produto Interno Bruto), que é toda a produção de bens e serviços de um país medidos no curso de um ano. Se pós 2009 (ano em que teve uma variação negativa de -1,7%) a economia mundial volta a apresentar certa recuperação nos anos de 2010 (crescimento de 4,3%) e 2011 (crescimento de 3,2%), de 2012 até 2017 manteve uma taxa de crescimento estagnada em torno de 2,7. Segundo o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Banco Bradesco, a previsão do PIB mundial em 2018, comparado ao ano de 2017, é de queda e para 2019 seguiria a mesma tendência.

Quando analisados os mesmos dados por países do capitalismo do centro e da China, embora cada taxa de crescimento esteja em um patamar diferente (EUA com variação do PIB em 2018 de 2,7%, Europa em 2,1% e China em 6,5%), o caminho de queda desde 2017 se mantém, com queda no comércio internacional e na produção industrial. 

Além da tendência decrescente do PIB Mundial, observamos um deslocamento do PIB com relação aos ativos financeiros. A riqueza operada na lógica dos mercados financeiros chegou a representar dez vezes mais que as necessidades de investimento e intercâmbio, representadas pelo PIB. Em 2009 o PIB Mundial era 58,4 trilhões de dólares e a estimativa de produtos derivados dos grandes bancos, 603,9 trilhões de dólares. Dez anos depois, essa tendência não foi revertida.  

Produto Interno Bruto – PIB, dívida pública, produtos derivados dos bancos sistêmicos em US$

Mundo, 2003 - 2013

Tabela-2003-2013

Esses fenômenos indicam o esgotamento de uma forma de acumulação capitalista, que leva necessariamente a um acirramento da concorrência internacional, com um quadro reduzido de mercados consumidores e a busca por novas formas de exploração e acumulação do capital, bem como uma disputa pela hegemonia mundial. 

Uma das saídas que assistimos é a “batalha da manufatura” mundial que se apresenta por meio do desenvolvimento de processos e produtos com avançada tecnologia e alto valor agregado, que alguns têm chamado de Indústria 4.0 com investimentos vultosos dos EUA, Alemanha e China. Não se sabe quais os desdobramentos que podem vir dessa “batalha”, mas segundo o relatório do Fórum Econômico de Davos sobre o tema, a previsão é que até 2020 haja uma perda líquida de 5 milhões de empregos, extinguindo os de qualificação média e aumentando a vulnerabilidade social dos empregos de baixa qualificação.

As possíveis mudanças promovidas pela Indústria 4.0 apresentam um potencial para combater o modelo de produção em larga escala e baixo custo dos países emergentes, o que alteraria as cadeias globais de produção afetando os fluxos de comércio. O avanço das energias renováveis e mais limpas, outro ponto dessa nova etapa de produção, modifica a natureza das relações entre países industrializados avançados e os polos de produção de energia. O avanço da economia circular também deverá reduzir a dependência dos países mais avançados com relação aos fluxos de matérias-primas dos produtores de commodities. O Brasil, assim como os demais países da periferia, corre o risco de se transformar, ainda mais, em apenas mercado consumidor.

Longe da construção de uma Nova Ordem, o que tem apontado no mundo é a ampliação da contradição entre a necessidade de aumento da exploração e os mecanismos de representatividade política democrática liberal burguesa, com uma ofensiva mundial de forças conservadoras, intolerantes e de extrema direita.

Diante da impossibilidade de políticas neoliberais apresentarem saídas para a crise capitalista, observa-se o apelo das forças de direita à retórica nacionalista, vazia de soberania, como se o protecionismo e o conservadorismo pudessem resolver as contradições do capitalismo global. Observa-se também, um deslocamento do discurso de “combate ao terrorismo” - como inimigo externo das sociedades - para o “combate aos comunistas” ou qualquer força política identificada com a resistência dos povos.

A eleição de Jair Bolsonaro no Brasil acontece nesse cenário de instabilidade, queda do crescimento mundial e financeirização, de modo que a natureza de seu governo será a de responder as necessidades da ofensiva neoliberal no Brasil e, portanto, com características de um governo autoritário na política e ultraneoliberal na economia.

Se existe uma certa imprevisibilidade das políticas econômicas a serem implementadas pela necessidade de conciliar os diversos interesses dos grupos que compõem sua base, o que pode ser considerado como núcleo de seu governo (dada a orientação ultraliberal, observada tanto nos discursos como na indicação da sua equipe) é a austeridade econômica, a privatização de empresas públicas, a entrega dos bens naturais, o Estado mínimo e enxuto e a renúncia à soberania nacional. 



Segundo boletim do Dieese, o marco do novo governo será a manutenção do teto de gastos (EC 95/2016) o aprofundamento da reforma trabalhista e a realização da reforma da Previdência Social.

Após uma séria recessão nos anos de 2015 e 2016 com uma variação negativa do PIB de -3,5% nos dois anos observados, 2017 voltou a crescer a uma taxa de 1,0% e a previsão para 2018 é semelhante, de 1,1%. Essa retomada do crescimento não se deve a alguma medida ativa aplicada pelo Estado, mas apenas a uma flutuação cíclica da economia tendo como base de comparação dois anos de resultados negativos. 

Produto Interno Bruto - PIB, taxa de variação anual (%)

Brasil, 2008 - 2019

Tabela-2008-2019

Fonte: Contas Nacionais – IBGE

Elaboração: Instituto Tricontinental – Escritório Brasil

Observação: (*) estimativa

As consultorias econômicas do mercado, bem como as agências internacionais preveem um crescimento do PIB brasileiro para o ano de 2019 em torno de 2,8%. Mas em que marcos se dará esse crescimento diante das diretrizes acima mencionadas desse novo período?

Ao qualificar esse crescimento do PIB dos dois anos anteriores e a previsão para 2019, observamos que os gastos com investimentos (uma variável importante para um crescimento sustentável, com ampliação da infraestrutura física e social), ficou próximo de 16,0% do PIB nos anos de 2015 a 2018 (de 2011 a 2014 essa taxa girava em torno de 19,5% a.a.), muito baixo diante da necessidade de crescimento do país.

Com a manutenção do teto dos gastos, que orientou o Orçamento para 2019, tudo indica uma redução ainda maior do investimento público, podendo chegar a próximo de zero. Além da reduzida margem de gastos aplicada pela EC 95/2016, o aumento das despesas com os juros da Dívida Pública, apontam para um crescimento da dívida líquida da União com previsão em 2018 de 54% do PIB e em 2019 para 56,4%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. A primazia no pagamento dos juros ao capital financeiro é uma marca de governos alinhados ao Imperialismo, o que indica menos gastos sociais nesse ano.

Ainda qualificando essa previsão de crescimento do PIB apontada pelo mercado, ao analisar os dados da indústria brasileira (setor que tem a capacidade de impulsionar outros setores por sua cadeia de produção mais longa e complexa, além de melhores empregos e salários) mantém também um crescimento lento e por vezes estagnado.

A despeito do crescimento da indústria, ainda que lento, já assistíamos a um tempo um longo processo de desindustrialização precoce brasileira, fruto das políticas neoliberais da década de 90 e as movimentações produtivas mundiais, com o rápido crescimento e influência da manufatura chinesa. Vale lembrar que o setor também foi negligenciado nos últimos, a última política industrial foi o Plano Brasil Maior que terminou em dezembro de 2013. Com a “batalha da manufatura” em curso, o Brasil corre ainda mais o risco de ampliar esse processo, visto que as políticas para a indústria brasileira têm sido fortemente condenadas pelo ministro da economia Paulo Guedes. A tendência para a indústria brasileira e demais setores da economia a ela ligadas é uma maior dependência externa e perda de valor agregado, a ampliação da reespecialização regressiva, ou seja, a uma desarticulação das cadeias produtivas e ao abandono das atividades mais intensivas em inovação, indo em direção aos setores de menor intensidade tecnológica como os commodities.

O fato é que em nenhuma das hipóteses de crescimento para o PIB se visualiza respostas sustentáveis para a crise da economia brasileira. A economia brasileira já vinha dando sinal dos limites estruturais do crescimento econômico sem reformas estruturais. A agenda neoliberal do governo Bolsonaro impõe um desmonte sem precedentes das possibilidades de desenvolvimento econômico no Brasil, intensificando a primarização, a desindustrialização e a desnacionalização da economia.

A geração de empregos é um ponto crucial para uma perspectiva de legitimação do governo Bolsonaro que foi eleito se arrogando consertar os erros do PT. O fato é que entre 2003 e 2016, foram criados cerca de 20 milhões de empregos com carteira assinada, uma variação de 66,3% na comparação com 2003. Atualmente, as altas taxas de desemprego em torno de 11,6%, com um número de desempregados em torno de 12,2 milhões pessoas são um fator de crise social latente.

A Reforma Trabalhista implementada em 2016 que tinha como argumento entre seus defensores a queda das taxas de desemprego, na verdade aponta no sentido contrário. Se as consultorias econômicas do mercado preveem uma queda dessa taxa para o ano de 2019, essa queda se dará a partir do aumento do trabalho informal (sem carteira) e precarizado. Segundo os dados do trimestre encerrado em novembro de 2018 da PNAD Contínua (IBGE), o número de empregados sem carteira assinada (11,7 milhões) foi o maior da série histórica. No 2º trimestre de 2018, registrou-se o menor percentual de pessoas com carteira assinada entre os empregados do setor privado desde 2012 (74,9%). A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,8 milhões) também atingiu o maior contingente da série histórica.

Ao analisar a renda salarial, a Reforma Trabalhista teve como impacto o enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores, organizações fundamentais para a luta de garantia dos direitos dos trabalhadores e de seus salários. Houve uma queda no número de negociações salariais informadas em 2018, bem como a manutenção das conquistas em patamares de reajustes abaixo do período pré-crise 2015/2016, segundo dados do Dieese.

A desigualdade de renda apresentava queda de 2002 a 2016 (a partir do índice de Gini), em 2017 parou de reduzir, a renda das mulheres retrocedeu em relação a dos homens, e a da população negra estagnou em relação aos brancos, segundo o relatório da Oxfam Brasil “País estagnado”.

Outro instrumento de distribuição de renda, é a valorização do salário mínimo. A Política de Valorização do Salário Mínimo (com vigência até 2019) é fruto de uma série de lutas e marchas construídas pelas centrais sindicais desde 2004 para garantir a valorização desse importante instrumento de distribuição de renda. Com o enfraquecimento dos sindicatos e os sinais de intensificação dessa perseguição, o que se espera é a ampliação da desigualdade de renda.

O decreto do Salário Mínimo assinado como uma das primeiras medidas do governo Bolsonaro, no valor de R$ 998,00, invés do aprovado pelo Orçamento de R$ 1.006,00 aponta nesse caminho com queda da renda e precarização do emprego. Já em 2017 e 2018 o valor do Salário Mínimo foi reajustado abaixo do índice da inflação (-0,1% em 2017 e -0,25% em 2018), iniciando a tendência de combate ao crescimento dos salários, como resultado do golpe vivido.

Alterar a regra de reajustes do Salário Mínimo, que recompõe os ganhos dos servidores públicos aposentados e do abono salarial, está entre medidas necessárias para conter o crescimento gastos públicos, segundo estudo do IPEA, além de alterações na Previdência Social.

Dessa forma, a hipótese de crescimento previsto do PIB em 2019 tem como base a ampliação da desigualdade de renda, manutenção das taxas de desemprego e ampliação da dependência externa, o que nos leva a entender que o governo tende a uma postura violenta para conter as reações populares aos impactos da crise social e o arrefecimento da criminalização dos movimentos populares organizados.

Existem muitas outras variáveis a serem analisadas e relacionadas entre si que tem o poder de alterar as tendências futuras para o ano, em especial os desdobramentos internacionais das principais economias e como o Brasil se insere nesse jogo, de forma ativa ou de forma dependente aos interesses dos EUA.

Dizer como a classe trabalhadora e os mais atingidos por essas medidas de austeridade e alteração das políticas de inclusão social vão responder as essas políticas no ano de 2019 é mais imprevisível ainda. Entendemos que o pano de fundo da crise brasileira é a ausência de um projeto de desenvolvimento nacional e soberano e que as contradições que se acumulam no interior das classes devem ser acompanhadas e analisadas pois têm o poder de alterar as tendências aqui apresentadas.

Nossa intenção nesse artigo não é trazer verdades sobre o futuro, mas apontar algumas perspectivas que observamos para economia brasileira, a partir da análise da interpretação dos acontecimentos do último período de crise internacional do capitalismo e seus desdobramentos no Brasil, com a ascensão de Bolsonaro à Presidência e as diretrizes que determinam seu governo. Trata-se de uma contribuição e incentivo ao debate nesse desafiante começo de ano, tendo entre os diversos desafios, a batalha das ideias (ideológica) e a formação política da classe trabalhadora organizada e não-organizada.



*Instituto Tricontinental de Pesquisa Social - Escritório Brasil

Edição: Brasil de Fato