INSS publica resolução sobre prova de vida para pagamento de benefício
O documento diz ainda que esse procedimento deve ser feito anualmente, independentemente da forma de recebimento do benefício
Tribuna da Bahia, Salvador
A resolução que regulamenta a comprovação de vida e renovação de senha para os beneficiários do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), bem como a prestação de informações por meio das instituições financeiras pagadoras, está publicada na edição desta terça-feira (3) do Diário Oficial da União. O documento diz ainda que esse procedimento deve ser feito anualmente, independentemente da forma de recebimento do benefício.
“A comprovação de vida e a renovação de senha deverão ser efetuadas na instituição financeira pagadora do benefício, por meio de atendimento eletrônico com uso de biometria ou mediante a identificação por funcionário da instituição financeira ou ainda por qualquer meio definido pelo INSS que assegure a identificação do beneficiário”.
Procurador
No caso da comprovação ser feita por representante legal ou procurador, ele precisa estar previamente cadastrado no INSS e só poderá ser constituído nas seguintes situações do beneficiário: ausente do país, portador de moléstia contagiosa, com dificuldades de locomoção ou idoso acima de 80 anos.
Nos casos específicos de segurados com dificuldades de locomoção ou idosos acima de 80, a comprovação de vida poderá feita também por intermédio de pesquisa externa, mediante o comparecimento de um representante do INSS à residência ou local informado pelo beneficiário no requerimento feito ao instituto, pela Central 135, pelo Meu INSS ou outros canais a serem disponibilizados pelo INSS.
“A não realização anual da comprovação de vida ensejará o bloqueio do pagamento do benefício encaminhado à instituição financeira, o qual será desbloqueado, automaticamente, tão logo realizada a comprovação de vida”, diz ainda a resolução.
Fonte: https://www.trbn.com.br/materia/I19842/inss-publica-resolucao-sobre-prova-de-vida-para-pagamento-de-beneficio
Sejamos contra qualquer “reforma” da Previdência Social
"Quem ao seu redor recebe aposentadoria ou pensão? O que seria de sua vida, e da vida dessas pessoas, se esses benefícios não existissem?" / Agência Brasil
Por Flávio Roberto Batista e Gustavo Seferian*
Bolsonaro não esperou nem colocar a faixa presidencial para alardear qual era a principal missão para a qual foi eleito: a realização da “reforma” da Previdência Social. Junto com outras tantas ameaças às condições de vida da classe trabalhadora – como novas “reformas” trabalhistas, o ataque aos sindicatos, a privatização dos serviços públicos e a criminalização das pessoas que lutam por uma vida melhor –, talvez seja essa a mais violenta e direta pancada que ele e seu fiel escudeiro Paulo Guedes pretendem nos dar.
Verdade que essa história de “reformar” a Previdência Social não é nova. Os ataques aos nossos direitos previdenciários começaram muito antes e, desde a Constituição de 1988, estão sob a mira da patronal. Podemos aqui lembrar do governo FHC, que em 1999 instituiu o fator previdenciário, que come os valores de aposentadoria de quem se aposenta mais novo. E também do governo Lula, que em 2003 criou novos requisitos para aposentadoria no serviço público, reduzindo os valores máximos de aposentadoria e abrindo as portas para a privatização dos fundos sociais por meio da lógica financeira de complementação das aposentadorias.
Os baques foram fortes e não vieram sem resistência. Quem já estava no batente certamente lembra que, com nossa luta, foi possível conter perdas de direitos, que pareciam ser ainda maiores nessas duas ocasiões: FHC, por exemplo, tentou criar a idade mínima já em 1998. Aliás, foi também com a luta e organização de gerações da classe trabalhadora que o direito de descansar depois de tanta peleja foi conquistado. E será difícil tirarem de nós o que conquistamos.
De um jeito ou de outro, aquilo que era um ensaio de “reforma” assume uma forma mais concreta e profunda depois de 2016. Temer vem com tudo para cima de nossos direitos. Conseguiu emplacar algumas medidas – como fixar o teto dos gastos públicos, as “reformas” trabalhistas e a ampliação da terceirização -, mas não deu conta de fazer o serviço todo.
Ficou em aberto justamente o desmonte da Previdência Social, barrado nas ruas com uma greve geral e manifestações de massa país afora que colocaram medo no Congresso Nacional. Até porque parte imensa dos lares brasileiros depende dos recebimentos de benefícios da Previdência Social. Pode observar: quem ao seu redor recebe alguma aposentadoria ou pensão? O que seria de sua vida, e da vida dessas pessoas, se esses benefícios não existissem ou tivessem dificuldades para sair?
Sai Temer, entra Bolsonaro e os governos do patrão não esquecem da missão. E se conseguimos conter a proposta de antes, essa agora reaparece ainda mais violenta, ainda mais perversa, para tentar ser emplacada. Mais uma vez, a ideia de “reforma” vem pintada como se fosse sem escapatória, indispensável para o país não quebrar. Mas essa quebradeira é uma farsa e, nos argumentos mirabolantes de quem tem interesses na “reforma”, aparece como um jogo de números que não fecha. Além de a conta não ser assim tão simples, por ser um direito, e não um serviço, são necessários investimentos públicos para bancá-la.
Fora essa mentira, o que pretende o Bolsonaro nos fazer engolir? Primeiro, quer colocar fim à aposentadoria por tempo de contribuição, exigindo obrigatoriamente que se alcance uma idade mínima – 62 anos para mulheres e 65 para homens – para poder aposentar. E com um agravante: para receber valores integrais, teremos que contribuir 40 anos! Para o professores e professoras, policiais civis e outras categorias as exigências vêm ainda mais pesadas. O caso mais violento é o do trabalho no campo, em que também querem impor idades mínimas - de 60 anos – e tempo de contribuição – 20 anos – para poder descansar, o que é um tremendo absurdo, até pelas particularidades do meio rural.
Como perversidade para essa gente não tem fim, alguns outros ataques ainda mais profundos estão nessa agenda: a redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a pessoas com necessidades materiais mais urgentes (como idosas e com deficiência), que pretendem abaixar do valor do salário mínimo para míseros R$ 400,00, e a lógica privada de capitalização dos novos segurados e seguradas da Previdência.
Esse modelo, para além de direcionar aos bancos o controle e lucros sobre os fundos previdenciários, já demonstrou não dar nada certo onde foi implementado. É o caso do Chile, em que as pessoas, dada a quebradeira financeira, recebem valores baixíssimos quando se aposentam e, não tendo condições de sobreviver, acabam vivendo na penúria ou tirando as suas próprias vidas. Há uma onda de suicídios de pessoas idosas por lá.
Também para aumentar a arrecadação, de outro lado, quer Bolsonaro jogar lá em cima os valores que mês a mês pagamos para bancar a Previdência. Poxa, por que razão nós, e sempre nós, teremos que pagar essa conta? De fato, os cofres da Previdência Social devem ser abastecidos.
Mas não soa mais lógico quem tem mais, pagar mais? Podemos começar com a execução das dívidas das grandes empresas junto ao INSS, que chegam a quase meio trilhão de reais. Daí seguir com a taxação das grandes fortunas e o fim da farra dos bancos, com a auditoria da dívida pública. Tudo isso ia deixar uma bela gordura para a Previdência Social – e outros direitos sociais indispensáveis, como educação e saúde públicas – queimar.
Isso entre outras tantas mudanças, que pela falta de espaço não temos como aqui colocar. Não tem nada de bom nem nessa, nem em outras propostas de “reforma” que nos tirem direitos. Nada que compense.
Toda atenção é pouca nesses próximos meses. Seja quanto às táticas para aprovação da “reforma” (retirando alguns ataques mais violentos, e deixando outros tantos nada bons para nós), seja quanto à nossa necessidade de mobilização.
Busque seu sindicato, conheça de perto como sua categoria será diretamente afetada pela “reforma” que pretendem emplacar, bem como os meios de dar corpo a essa necessária resistência.
Felizmente, pela incompetência e a carência de direcionamentos, a rasteira de Bolsonaro e Guedes ainda não veio. Mas virá. Temos que estar preparados para pular desse rabo-de-arraia e contra-atacar.
De fato, ninguém quer que o país quebre. E ele não vai quebrar. A única coisa que há tempos merece romper é essa lógica que só joga nas nossas costas a responsabilidade pelo funcionamento dessa sociedade que não nos serve, que a nós só reserva exploração, privação e sofrimento.
Se o sistema é deles, que paguem a conta os patrões, os bancos e os privilegiados! “Reforma”, não para cima de nós!
*Flávio Roberto Batista é professor da Faculdade de Direito da USP; Gustavo Seferian é professor da Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG
Edição: Daniela Stefano
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2019/04/18/sejamos-contra-qualquer-reforma-da-previdencia-social/
Bolsonaro não analisará Previdência enquanto estiver internado
Porta-voz afirmou que o presidente não tem previsão de alta, embora o próprio tenha falado que espera sair ainda esta semana
O presidente Jair Bolsonaro não deve analisar o texto preliminar da reforma da Previdência enquanto estiver internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A informação foi dada pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. Ele afirmou que o presidente não tem previsão de alta, embora o próprio Bolsonaro tenha falado que espera sair ainda esta semana. "Inicialmente estaria descartada a apresentação no hospital", afirmou.
Segundo o porta-voz, a proposta da reforma da Previdência será apresentada "assim que o presidente poder analisá-la", sem especificar uma data. Ele disse, ainda, que não pode "afiançar" que a apresentação do texto acontecerá nesta semana, mas assegurou que Bolsonaro quer fazer isso o quanto antes.
"A proposta será apresenta, as linhas de ação, assim que ele se encontrar em condições. Não posso afiançar que será esta semana. Se ele estiver em Brasília, já em condições de deliberar, ele tem todo interesse de debruçar-se sobre esse assunto que é de extrema importância. Quanto mais rápido ele deliberar, mais rápido teremos condições de aprovar", disse.
O porta-voz avaliou que o presidente "passou muito bem esta segunda-feira e está "melhor a cada dia". Ele destacou que o presidente fez fisioterapia e exames que indicaram melhora no quadro pulmonar, após diagnóstico de pneumonia na semana passada.
Duas semanas após uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia, o presidente Jair Bolsonaro apresentou melhora "progressiva" e recebeu alta da terapia semi-intensiva do Hospital Albert Einstein, diz boletim médico divulgado pela instituição nesta segunda-feira (11).
Além disso, o presidente começou a se alimentar com uma "dieta leve" e foi suspensa a nutrição que recebia pela veia. Está mantido um suplemento nutricional.
Até então, Bolsonaro estava recebendo apenas alimentação cremosa. A evolução da dieta é uma das condições para alta do presidente. De acordo com o boletim, ele não apresenta dor ou febre e segue com melhora do quadro pulmonar após ter sido diagnosticado com pneumonia na semana passada.
Internado desde o dia 27 de janeiro, o presidente afirmou nesta segunda (11) que espera receber alta ainda esta semana, em entrevista ao programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.
"Estou me recuperando. Tive o problema de ter adquirido uma pequena pneumonia há uma semana. Se não fosse isso, eu poderia até estar de alta já. Se Deus quiser esta semana terei alta", disse o presidente ao jornalista José Luiz Datena.
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Governo evita dar detalhes da reforma da Previdência para garantir votos
Proposta de mudanças nas regras da aposentadoria só deve ser apresentada após a volta de Jair Bolsonaro da Suíça, para evitar que o governo sofra ataques antes da hora
Alessandra Azevedo
Mourão disse que texto deve prever tempo maior de serviço para militares e cobrança de pensionistas
A reforma da Previdência só deve sair do papel depois de 25 de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro voltar da viagem que fará a Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial. No evento, a ideia é que ele não fale sobre especificidades da proposta, como explicou, ontem, o vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista ao Correio. Ao vetar detalhes, o governo tenta evitar cair em um dos grandes erros do então presidente Michel Temer: perder a “batalha da comunicação”. Por isso, a ordem é que a proposta fique sob sigilo até ser enviada ao Congresso, para não sofrer ataques antes da hora.
O presidente se prepara para encarar críticas pesadas, inclusive de aliados. As frentes estão sendo formadas desde o início do mês até por militares, receosos quanto à possibilidade de serem incluídos no texto. Assim que pisarem no Congresso pela primeira vez neste ano, em fevereiro, os parlamentares serão recebidos com panfletos, informativos e por várias pessoas dispostas a conversar sobre o assunto. O foco inicial de boa parte delas é convencer os 243 deputados novatos a se posicionar contra mudanças drásticas, principalmente sobre o sistema de capitalização. A arma, como da última vez, é a comoção popular e o discurso de que as alterações serão “maldades” contra o trabalhador.
Com discurso um pouco diferente e, em geral, menos fatalista, entidades representativas dos servidores públicos também têm se organizado para retomar o assunto este mês e barrar algumas das mudanças que devem estar no texto. A principal reivindicação, no entanto, é que haja diálogo sobre todos os temas que serão introduzidos na proposta. “O que a gente quer é que haja um debate franco. O governo não deve conversar apenas com o sistema financeiro, empresariado, banqueiro. A classe trabalhadora não deve ser consultada apenas para cumprir um rito”, reclamou o presidente Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), Petrus Elesbão.
Um item que certamente trará desgaste entre o grupo é a regra de transição para o novo regime, ainda indefinida, mas que foi considerada insatisfatória pelos servidores públicos nas negociações do governo Temer. Limitar o acúmulo de pensões e aposentadorias também gerou muitos problemas no andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287. Os servidores participaram ativamente dessas discussões e foram responsáveis, em grande parte, pela retirada desse ponto da versão final do texto, mesmo depois de a equipe técnica ter discutido várias opções mais amenas.
Até entidades que se posicionam a favor da reforma, como o grupo Renova Previdência, já têm reuniões internas pré-agendadas para o fim do mês, com o objetivo de discutir, de forma crítica, o texto que será apresentado pelo governo.
Ruralista chefiará Serviço Florestal
O deputado da bancada ruralista Valdir Colatto (MDB-SC), conhecido por defender causas como a liberação da caça profissional de fauna silvestre no Brasil, foi indicado, na quarta-feira, para chefiar o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que foi transferido do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura (Mapa) pelo presidente Jair Bolsonaro. O nome foi apresentado pela ministra Tereza Cristina. Em nota, ela disse não ver nenhum conflito na indicação dele.
Reforma precisa incluir militares
É razoável que tenham condições próprias de aposentadoria, mas não privilégios. O governo perderá credibilidade se ceder à pressão para deixá-los fora das mudanças na Previdência.
Por Helio Gurovitz
O presidente Jair Bolsonaro (ao centro), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva (à dir.), e o vice-presidente, Hamilton Mourão (à esq.), ao lado de almirantes da Marinha — Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
Não haverá maior recado da seriedade do governo Jair Bolsonaro à sociedade brasileira do que a inclusão dos militares na proposta de reforma da Previdência que será entregue ao Congresso.
A pressão pela exclusão da categoria tem vindo de ministros e associações militares. O principal argumento é que as Forças Armadas, pela natureza do serviço prestado à sociedade, devem ter direito a tratamento especial.
Foi esse o argumento que as manteve fora da reforma previdenciária do governo Michel Temer. Se, naquela ocasião, já era discutível, no governo Bolsonaro se torna ainda mais frágil. Por dois motivos.
O primeiro não mudou de lá para cá. O déficit previdenciário ligado à categoria, R$ 36 bilhões em 2017, é o que mais tem crescido dentro do funcionalismo público. Da parcela do Orçamento dedicada à Defesa, metade é destinada à Previdência dos militares.
A situação nos estados é semelhante. Embora policiais militares representem na média nacional 15% dos aposentados, eles respondem por um quarto do rombo das previdências estaduais (em 2017, R$ 24 bilhões de R$ 94 bilhões).
É razoável que a carreira militar seja tratada de modo distinto na aposentadoria. Na hora de avaliar o impacto nas contas públicas, contudo, o resultado do tratamento especial aos militares tem sido igual ou pior ao de outras categorias do funcionalismo público.
É aí que entra em jogo o segundo motivo para incluí-los na reforma. Dada a presença maciça de militares no governo Bolsonaro, a exclusão seria inevitavelmente interpretada como concessão de privilégio. Seria uma decisão inaceitável para um governo eleito para combatê-los.
Se Temer podia deixar a discussão para depois, Bolsonaro não pode, sob pena de perder credibilidade. A pressão de ministros e representantes militares tem sido tão grande pela exclusão, que o deixa sem outra opção política, senão incluí-los. O vice-presidente Hamilton Mourão parece ter perfeita noção disso, pelo teor de suas declarações.
A dúvida é como incluir os militares na reforma. E nisso que as lideranças militares que realmente quiserem garantir condições razoáveis de aposentadoria para a carreira deveriam se concentrar.
A situação hoje é tal que a norma é aposentadoria precoce que assegura pagamento integral, frequentemente do nível hierárquico superior ao ocupado na ativa, garantida com 30 anos de serviço. Mais da metade dos integrantes das Forças Armadas se aposentam entre 45 e 50 anos. A reforma chega antes dos 50 para quase todos os PMs.
Se é verdade que, nessa idade, poucos têm condição de exercer o trabalho de policiamento como jovens, isso não significa que não haja outro tipo de serviço que possam fazer. O ideal seria escalonar a aposentadoria, preservando os militares na ativa por mais tempo, em atividades de natureza distinta.
Na proposta dos economistas Armínio Fraga e Paulo Tafner, as Forças Armadas manteriam o direito à aposentadoria precoce, mas sem aposentadoria integral. No caso dos PMs, seria estabelecida uma idade mínima de 60 anos, inferior à do funcionalismo. Outra proposta em estudo é estabelecer regras idênticas para as Forças Armadas e as polícias militares estaduais.
Independemente da solução adotada – e a instância adequada para encontrá-la é o Congresso –, é preciso dar conta das peculiaridades inerentes da carreira e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto da Previdência dos militares nas contas públicas.
Eles têm razão ao afirmar que as características específicas do ofício exigem condições distintas de aposentadoria. Mas não em usar tal argumento para garantir privilégios cujo custo não para de crescer.
Auxílio-Doença e a aposentadoria por invalidez em 2019 podem ser cancelados por Pente-Fino do INSS
Auxílio-Doença e a aposentadoria por invalidez em 2019 podem ser cancelados por Pente-Fino do INSS. Ao todo, serão revistos 1,5 milhão de benefícios em 2018. O INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, segue fazendo a revisão do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez. Veja abaixo o tira-dúvidas sobre o assunto com informações. É convocado para o pente-fino o segurado que recebe um desses benefícios por incapacidade há mais de dois anos sem passar por avaliação médica.
VEJA ABAIXO O TIRA-DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO COM INFORMAÇÕES DO INSS:
QUEM TERÁ O BENEFÍCIO REVISTO?
Os trabalhadores que recebem auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez há mais de dois anos sem passar por avaliação médica serão chamados para a realização de perícia.
QUANTOS SEGURADOS SERÃO CONVOCADOS?
Ao todo serão convocados 530,2 mil beneficiários com auxílio-doença e 1,1 milhão de aposentados por invalidez.
COMO O INSS VAI CONVOCAR OS SEGURADOS PARA A REVISÃO?
Os beneficiários serão chamados por meio de carta e não precisam procurar o INSS. Também serão emitidos avisos nos caixas eletrônicos.
Segurados com endereço indefinido ou que morem em localidades não atendidas pelos Correios serão convocados por edital publicado na imprensa oficial (www.in.gov.br), como o que ocorreu no dia 1º de agosto com 55,1 mil segurados.
QUEM RECEBE AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEVE PROCURAR AGORA O INSS PARA AGENDAR SUA PERÍCIA?
Não, quem recebe um desses benefícios por incapacidade deve aguardar a convocação por meio de carta. Depois de recebê-la, o beneficiário terá cinco dias úteis para agendar a perícia, somente pelo telefone 135.
O QUE O BENEFICIÁRIO PODE FAZER PARA FACILITAR A CONVOCAÇÃO?
Para facilitar a convocação e evitar a suspensão do benefício, o segurado deve manter seu endereço atualizado. A alteração pode ser realizada pelo telefone 135 ou pela internet (clique aqui para atualizar).
AS PESSOAS AINDA ESTÃO SENDO CONVOCADAS?
As cartas começaram a ser enviadas em setembro de 2016 para os beneficiários de auxílio-doença que recebem o benefício há mais de dois anos sem passar por perícia. Até 4 de agosto, foram realizadas 210.649 perícias, com 80% dos benefícios cancelados. O Ministério do Desenvolvimento Social não informou quantos já foram convocados.
A próxima etapa da operação será chamar os aposentados por invalidez que há mais de dois anos estão sem perícia. Serão convocados 1,005 milhão de aposentados por invalidez, começando pelos mais jovens. O Ministério do Desenvolvimento Social informou que a previsão é começar a convocação esta semana. O segurado deve aguardar a carta.
SE O BENEFICIÁRIO NÃO ATENDER AO CHAMADO DO INSS, O QUE ACONTECE?
Ao receber a carta de convocação, o beneficiário tem 5 dias para agendar a perícia médica. Caso não o faça, terá o benefício suspenso até regularizar a situação. A partir do bloqueio, o beneficiário tem mais 60 dias para marcar a perícia. Com o agendamento dentro do prazo, o benefício é liberado até a realização da perícia. Se passarem 60 dias sem que o beneficiário se manifeste, o benefício será cancelado.
QUEM PERDEU O PRAZO PARA AGENDAR A PERÍCIA E TEVE O BENEFÍCIO SUSPENSO, O QUE DEVE FAZER?
O beneficiário deverá ligar no telefone 135 para agendar a perícia. A partir do momento em que agendar a perícia, voltará a receber o benefício. Ele tem um prazo de 60 dias para realizar o agendamento antes de o benefício ser cortado definitivamente.
QUEM NÃO CONSEGUIU AGENDAR PORQUE TEVE PROBLEMAS PARA LIGAR NO 135 FAZ O QUE AGORA?
A orientação é ligar para o 135 e agendar a perícia. Quem não ligou, terá seu benefício suspenso. A partir da suspensão, conta-se 60 dias para que se marque a perícia. Se marcar neste prazo, o benefício é liberado até a realização da perícia. Se passados 60 dias sem que o beneficiário se manifeste, o benefício será cessado.
O QUE PODE ACONTECER COM QUEM TEM O BENEFÍCIO REVISTO?
Em caso de o segurado estar recebendo o auxílio-doença e for constatado que ele está apto para trabalhar, ele é encaminhado para reabilitação profissional e tem o benefício cancelado. Os benefícios podem ainda ser convertidos em aposentadoria por invalidez, em auxílio-acidente e em aposentadoria por invalidez com acréscimo de 25% no valor do benefício.
Veja abaixo o que aconteceu com as 210.649 perícias realizadas:
QUAIS OS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE E A DIFERENÇA ENTRE ELES?
Auxílio-doença
O auxílio-doença é um benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS acometido por uma doença ou acidente que o torne temporariamente incapaz para o trabalho.
Aposentadoria por invalidez
A aposentadoria por invalidez é um benefício devido ao trabalhador permanentemente incapaz de exercer qualquer atividade laboral e que também não possa ser reabilitado em outra profissão, de acordo com a avaliação da perícia médica do INSS. O benefício é pago enquanto persistir a incapacidade e pode ser reavaliado pelo INSS a cada dois anos.
Inicialmente o cidadão deve requerer um auxílio-doença, que possui os mesmos requisitos da aposentadoria por invalidez. Caso a perícia-médica constate incapacidade permanente para o trabalho, sem possibilidade de reabilitação em outra função, a aposentadoria por invalidez será indicada.
O auxílio-acidente é um benefício a que o segurado do INSS pode ter direito quando desenvolver sequela permanente que reduza sua capacidade de trabalhar. Esse direito é analisado pela perícia médica do INSS, no momento da avaliação pericial. O benefício é pago como uma forma de indenização em função do acidente e, portanto, não impede o cidadão de continuar trabalhando.
APOSENTADOS POR INVALIDEZ COM MAIS DE 60 ANOS DE IDADE SERÃO CONVOCADOS PARA A PERÍCIA?
Não, somente serão convocados para revisão os aposentados por invalidez com menos de 60 anos de idade. Segundo a Previdência Social, será levada em conta a idade que o segurado tiver na data da convocação.
QUEM RECEBE AUXÍLIO-DOENÇA E TEM MAIS DE 60 ANOS SERÁ CONVOCADO?
Sim, no caso do auxílio-doença não há limite de idade para convocação. Apenas os aposentados por invalidez maiores de 60 anos estão dispensados da revisão.
QUAL É A ORDEM DAS CONVOCAÇÕES?
Os critérios levados em conta para a convocação são, principalmente: idade do segurado (beneficiários com idade menor serão convocados inicialmente); tempo de manutenção do benefício (benefícios concedidos há mais tempo serão convocados primeiro).
QUE DOCUMENTOS OS BENEFICIÁRIOS DEVEM LEVAR NO DIA DA PERÍCIA?
O beneficiário deverá apresentar os atestados e exames médicos que possuir, além da sua documentação pessoal, como RG e CPF. É aconselhado que o segurado tire cópias de todos os documentos que serão levados no dia da perícia, pois o perito médico retém a documentação original.
SERÁ PRIORIZADA A REVISÃO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS JUDICIALMENTE?
Todos os benefícios por incapacidade concedidos há mais de dois anos serão revistos, independentemente de terem sido concedidos pelo INSS ou judicialmente.
COMO O BENEFICIÁRIO PODERÁ CONHECER O RESULTADO DA PERÍCIA?
No dia seguinte à perícia o resultado estará disponível pelo telefone nº 135 e também pelo site (clique aqui para consultar).
TODOS OS MÉDICOS PERITOS PARTICIPARÃO DAS REVISÕES?
Aproximadamente 2,5 mil dos 4,2 mil peritos do quadro do Instituto trabalharão nas perícias de revisão.